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FALTARÁ FOLHA PARA ESTA HISTÓRIA

Empolgação/ Namorada Eterna/bolinhos de arroz/Macarronada/ Doce de feijão/primeiros conflitos/Docin do Céu

Lembro-me da noite em que tudo começou e como começou. Esperávamos dar meia noite para que somente um pulso fosse gasto pela conexão discada da internet grátis - IG e Super11, na época. Era madrugada e o 'papo católico' cheio de loucuras de Deus. Era a "N_pudinzinho", a "Discípula", o "aVACAeoFRANGO", o "Capitão Guapo e o branquinho", a "Junia", o "Bart", a "Ana_D", a "Vivianja" e todos os outros que testemunharam a história de uma comunidade que nascia no meio virtual.

A Nady. Eu conheci a Nady em 2001. Levei-a para uma missão comigo, na cidade de em Rondon, no Paraná. Depois passamos em Cambé, no frio, e ficamos conversando boa parte da noite, na varanda da madrinha. Em pouco tempo eu reconhecia na Nady uma irmã que iria me acompanhar nos primeiros passos da Beatitudes. A Nady foi de suma importância para mim.

 

A Carol. No mesmo ano convidei a Carol, que também me disse "sim". E fomos em uma primeira missão juntos,  Nova Suíça, em Piracicaba, SP. Carol estava de calça branca, camisa vermelha, tiara nos cabelos e sorriso de quem havia finalmente encontrado sua vocação.

 

Assim, Nady (a N_pudinzinho) e Carol (a Discípula) me surpreenderam com suas entregas. Juntos, começamos a Comunidade Beatitudes do Coração de Jesus. Em nossos corações corações existia um latente desejo que consumia nossa juventude: "queremos ser de Deus".

 

Dom Joviano era bispo da época em que a Comunidade nasceu. Ele nos autorizou a morarmos (um rapaz e duas meninas) juntos, na casa fundacional. E, por alguns meses ousamos dizer que aquilo que vivíamos era, de fato, uma comunidade. Nada foi fácil. Sem dinheiro mas com muita imaginação, as meninas começaram os bombons "docin do céu", os bordadinhos "Mãos de Maria, a "Hora de Maria", o "terço da madrugada" e nossas pobres, mas verdadeiras formações.

 

Tira as sandálias dos pés. Tirávamos os sapatos para comungar (coisas do começo), rezávamos com efervescência e eu tocava violão por horas à fio. Enquanto as meninas faziam os bombons, nas tórridas madrugadas do verão de Araraquara, eu segurava o "trovão azul" - o velho ventilador da arno, quadradão, que mal funcionava - sobre o chocolate para não derreter. E, por volta das 3h da manhã íamos deitar, cansados, esgotados porém, com a sensação do dever cumprido.

Que tempos maravilhosos e inesquecíveis. Foi o desabrochar do nosso chamado. E nós nos realizamos oferecendo a Deus nossa resposta pessoal ao projeto de Deus e nossa entrega radical de vida. Foi difícil, mas o amor superava toda dificuldade. Era arroz com bolinho de arroz e copos e mais copos de Ki-Suco morango, uva e maracujá. O doce de feijão da Nady, os jantares em Santa Lúcia na casa da "namorada eterna" do Marquinho e a macarronada que eu fazia de almoço (e só tinha macarrão mesmo). Sem contar o "suco de água" que eu fiz para o Padre Sebastião. Oh! Meu Deus, quanta história tem minha comunidade. Não vai caber aqui.

 

Finalmente entendíamos que nosso sonho de comunidade se realizava dentro de nossa conturbada humanidade. E a Beatitudes, dia após dia, como um bebê se desenvolvendo, surgia como um belo milagre aos nossos olhos.

 

Depois veio Aninha. Dias depois o susto: o primeiro casal da Beatitudes chegava de "mala e cuia", Marquinho Tato e Elisete, juntos com Matheus e Mariana (os filhos pequenininhos). E mais um pedaço da história se desenvolvia. Anos mais tarde, na "casa grande", chegava a Aline (outra figura importante na Comunidade), a Tininha, a Celinha e as outras meninas que moraram conosco por um ano, fazendo suas experiências vocacionais. 

 

Nossa! estou arrepiando e me emocionando. 

 

Não existem folhas suficientes para escrever uma história de amor com Deus. Dou graças a Deus por esta comunidade que me salvou e me aperfeiçoa, dia após dia. O que dizer além de "Graças, Pai, por tão lindo milagre em nossa vida chamada Beatitudes". Eu te amo, minha Beatitudes. Nem que seja sozinho: vou te honrar e te levar ao bom termo. Obrigado, Mestre, por este dom que nos concedeu.

 

#Sou+Beatitudes.

 

Silvinho Zabisky

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